O município de Capitão integra a região da Encosta Inferior do Nordeste, a uma altitude aproximada de 467 metros acima do nível do mar. A área total de seu território é de 73,967km², formado pelas localidade de Linha Marinheira, Sete Estradas, Picada Centro, São Luiz, Cascata, Linha Bicudo Alto, Picada São Paulo, São Jacó, Linha Alegre, Alto Alegre, Alto Palmas, Linha Zanotelli, São Domingo e Alto Jacarezinho. A sede do município de Capitão fica a 19 km de Arroio do Meio, 11 km de Nova Bréscia, 15 km de Encantado, a 12 km de Travesseiro e a 141 km da capital Porto Alegre.
A denominação do município de Capitão vem do primeiro dono dessas terras: Capitão Francisco Silvestre Ribeiro que recebeu o título de Capitão da 4ª Companhia da guarda Nacional no dia 23 de novembro de 1846. Francisco Silvestre Ribeiro nasceu por volta de 1790/1792 na localidade de Vila Nova da Rainha (atual município de Caeté – Minas Gerais) era filho de Fernando Rodrigues Braga e Ana Teresa de Jesus. Conforme pesquisa realizada, Francisco Silvestre Ribeiro veio de Minas Gerais para o sul do Brasil com seus pais e um irmão ainda pequeno, teria entre 3 e 5 anos de idade. De Minas Gerais, a família veio a radicar-se no município de Estreito, seguindo depois em Osório e, finalmente, Porto Alegre.
Casou-se com D. Ana Maria de Oliveira Salazar, filha do capitão Custódio de Souza Oliveira Salazar e Francisca Maria Pires. O casamento ocorreu na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Arroio (atual cidade de Osório) em 8 de janeiro de 1814. Dessa união nasceram: Maria Leopoldina Ribeiro, Maria Altina Ribeiro, Ana Ribeiro, José Silvestre Ribeiro, Custódio Silvestre Ribeiro, Francisco Silvestre Ribeiro Filho, Ana Ribeiro, Maria Emília Ribeiro, Maria Teresa Ribeiro, Maria Luísa Ribeiro e Maria Patrícia Ribeiro.
Francisco Silvestre Ribeiro faleceu, conforme atestado de óbito, em 18 de junho de 1848, de moléstia interior, aos 55 anos e foi sepultado no cemitério da Catedral em Porto Alegre .
Em 1830, o irmão do Capitão Francisco Silvestre Ribeiro, o Tenente – Coronel da Guarda Nacional Vitorino José Ribeiro, já concentrava grande extensão territorial no Vale do Taquari e, tudo leva a crer, que Francisco Silvestre Ribeiro teria sido atraído ao Vale pelo próprio irmão.
Em 15 de outubro de 1844, Francisco Silvestre Ribeiro adquiriu uma data de terra na Fazenda São Caetano (atual município de Arroio do Meio), comprando-a de Antônio de Azambuja Vilanova e, em 16 de março de 1846, recebeu do governo provincial – por concessão – terras e matos no fundo da Fazenda São Caetano, na margem direita do Rio Taquari para o arroio Jacaré. Ao que se percebe, a concessão de 1846 situava-se em terras devolutas e era uma continuidade da data que comprara. De acordo com as pesquisas e o desenrolar histórico, o município de Capitão estaria situado sobre essas terras.
A presença do Capitão Francisco Silvestre Ribeiro no Vale do Taquari pode ser comprovada através de um ofício datado de 12 de maio de 1842 onde comunica ao Presidente da Província que havia regressado de sua fazenda São Caetano, localizada acima de Taquari. E, a primeira vez que aparece a denominação das terras que hoje correspondem ao atual município de “Capitão” é no inventário de D. Balbina Marques, primeira esposa de Custódio Silvestre Ribeiro, falecida no dia 2 de abril de 1890.
Após sua morte essa propriedade, toda denominada São Caetano, foi dividida entre a esposa e os filhos. Após a partilha os herdeiros inseriram-se nos lucrativos negócios imobiliários, vendendo, gradativamente, suas partes a grande empreendedores, como os Fialho de Vargas e Antônio Israel Ribeiro.
A partir da Lei de Terras de 1850 iniciou-se o processo de colonização do território de Capitão. Sendo que, conforme relatos orais, referenciados no livro “Capitão – nossa gente fazendo história”, os imigrantes alemães Nicolau Ames, Henrique Hartmann, Marcos Bioeu, Mathias Gregoria e suas famílias estabeleceram-se há mais ou menos dois quilômetros do gramado do Capitão (para o lado de Alto Palmas). João Batista Gasparotto, Luciano Delazeri, Estéfano Giaretta e suas famílias estabeleceram-se a três quilômetros do gramado de Capitão (para o lado de Marinheira). Cornélio Rizzi e sua família estabeleceu-se a dois quilômetros do gramado do Capitão (na estrada Geral para Arroio do meio). Damiano Fachini e sua família, juntamente com outras famílias, estabeleceram-se distantes três quilômetros do gramado do Capitão (para o lado de Linha Zanotelli). Damiano Tramontini e sua família estabeleceu-se à três quilômetros do gramado do Capitão para o lado de Linha Argola.
O território de Capitão, no princípio pertencia ao município de Arroio do Meio, e, através do Decreto Lei Municipal n° 46/65 de 20 de dezembro de 1965, transformou a Vila de Capitão em Distrito.
Em 16 de março de 1990, iniciou-se o movimento emancipacionista de Capitão e, no dia 20 de março de 1992, através da Lei Estadual de n° 9.561/92 foi criado o município de Capitão. No dia 3 de outubro do mesmo ano elegeu-se o primeiro Prefeito e a primeira Câmara Municipal de Vereadores de Capitão.
Historiador: Fabrício Agostinho Bagatini